Brasil rural: força, desafios e oportunidades em 2025

Em 2025, produtores rurais brasileiros batem recordes, inovam e exportam, mas ainda enfrentam desafios como crédito caro, clima e pressão por sustentabilidade.

O cenário de 2025 reforça a relevância dos produtores rurais na economia brasileira, embora traga desafios inéditos e um ambiente cada vez mais competitivo e exigente. O campo ainda é o alicerce do país quando se trata de exportações, empregabilidade e abastecimento alimentar, porém enfrenta problemas que vão além das intempéries climáticas. Apesar dos recordes de produtividade, há obstáculos no acesso ao crédito, pressões ambientais, oscilações de custos e uma constante necessidade de adaptação tecnológica.

De acordo com o IBGE, a safra nacional de grãos em 2024 foi novamente histórica, ultrapassando 315 milhões de toneladas. A soja, o milho e a cana-de-açúcar continuaram como os pilares dessa produção, impulsionando o agronegócio a sustentar mais de 25% do PIB brasileiro. Entretanto, nem todas as regiões acompanharam esse ritmo. O Sul do país conviveu com secas prolongadas, fruto do fenômeno El Niño, o que pressionou famílias e cooperativas a buscar alternativas técnicas para salvar a produção. Por outro lado, o Centro-Oeste se expandiu, investindo intensamente em tecnologia agrícola, o que compensou parte das perdas regionais.

No campo internacional, o Brasil se consolidou ainda mais como potência do agronegócio mundial. Segundo o Ministério da Agricultura, as exportações do setor chegaram a US$ 166 bilhões em 2024, sobretudo devido à demanda chinesa por soja, carne bovina e milho. O Valor Econômico destacou recentemente que, embora o desempenho externo siga robusto, os exportadores têm enfrentado uma logística cada vez mais cara e complicada, tanto em estradas quanto em portos, prejudicando a margem de lucro de produtores de todos os portes.

Já para os pequenos e médios agricultores, o desafio principal tem sido o acesso ao crédito. O relatório da CNA mostra que, com a Selic estacionada em 14,75%, bancos endureceram critérios e aumentaram as taxas, dificultando a aquisição de insumos, máquinas e até mesmo tecnologia básica. Muitos desses produtores dependem de programas estatais para sobreviver. A Conab, atenta a esse cenário, aprimorou levantamentos e apoios regionais, buscando reduzir desigualdades. Ainda assim, sem condições de financiar a modernização, muitos pequenos produtores ficam mais vulneráveis a oscilações de mercado e clima.

Frente a esse desafio, algumas regiões investiram em cooperativismo e iniciativas público-privadas para sustentar o pequeno agricultor. No Paraná e em Mato Grosso, por exemplo, essas parcerias permitiram criar linhas de financiamento próprio e fortalecer cadeias produtivas regionais. Conforme ressaltado em reportagens do Globo Rural, a colaboração e o uso de tecnologia sustentável vêm crescendo: práticas como integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), irrigação inteligente, drones e sensores de solo já estão presentes em propriedades de médio porte, elevando a eficiência dos ganhos com menor impacto ambiental.

A questão ambiental, que já era sensível, ganhou protagonismo extra após a última COP. O setor toda vez mais sofre pressão internacional pelo combate ao desmatamento e pela rastreabilidade. Em resposta, grandes e médios produtores aceleraram investimentos em regularização ambiental pelo CAR e em certificações, embora, conforme matéria da Folha de S.Paulo, haja ainda dificuldades com a sobreposição de leis estaduais e federais. Para parte do setor, isso acarreta burocracia e insegurança jurídica. Questões fundiárias, regularização de terras, zonas de proteção ambiental e demarcação indígena seguem como fonte de dúvidas e tensões, travando investimentos e ampliando o temor diante de mudanças regulatórias frequentes.

Além disso, o seguro agrícola nunca foi tão necessário. A FAESP aponta que as indenizações cresceram 70% em 2024, principalmente por conta de eventos extremos como secas, geadas e enchentes. Paralelamente, novas soluções têm surgido para fortalecer a resiliência das famílias rurais: startups do agro passaram a oferecer ferramentas acessíveis de monitoramento climático, previsão de safra e gestão de risco, promovendo uma digitalização que chega a todas as regiões produtoras.

No entanto, apesar dos entraves, o otimismo ainda encontra espaço. Produtores de frutas do Nordeste reinventaram sua participação no mercado externo, apostando em produtos de valor agregado — como frutas orgânicas, certificadas e de comércio justo — para ampliar renda e sair da dependência de culturas tradicionais. Proprietários de pequenas áreas também diversificaram a produção, apostando no café especial mineiro, azeites artesanais e alimentos processados de origem controlada. Segundo reportagem da Bloomberg Línea, esse movimento não só reforça identidade regional como permite conquistar mercados mais exigentes.

De olho no futuro, o Plano Safra 2024-2025 busca estimular a renovação do campo, reservando parte significativa dos recursos para inovação, sustentabilidade e inclusão de jovens e mulheres. A Embrapa, inclusive, aumentou a oferta de cursos e capacitação em manejo sustentável e empreendedorismo rural, uma demanda que cresceu após o impacto da pandemia. Adicionalmente, plataformas de AgTech vêm ajudando pequenos produtores a vender diretamente para consumidores nas cidades, reduzindo intermediários e trazendo melhores margens.

Por sua vez, líderes rurais e analistas reforçam a necessidade de infraestrutura. Estradas precárias, deficiência logística e energia instável continuam encarecendo a produção e afetando principalmente regiões do Norte e Nordeste, onde consórcios entre produtores buscam soluções locais para armazenagem e transporte. Ao mesmo tempo, cresce entre agricultores o uso do CadastroCNPJ para checar a saúde financeira de parceiros de negócio antes de realizar vendas a prazo, evitando inadimplência e aumentando a segurança nas transações.

Portanto, o panorama dos produtores rurais no Brasil em 2025 é marcado por abundância produtiva, mas também por instabilidade. O campo está mais tecnológico, conectado e atento às exigências do consumidor, mas enfrenta juros altos, riscos ambientais e infraestrutura insuficiente. Grandes exportadores continuam a puxar a balança comercial, enquanto familiares e pequenos agricultores ainda dependem de políticas públicas, inovam com criatividade e sobrevivem graças à resiliência típica de quem vive da terra.

Assim, fortalecer redes de cooperação, investir em sustentabilidade e acessar fontes confiáveis de informação são atitudes que já fazem parte do dia a dia rural. Para quem atua ou quer investir no setor, ferramentas como o CadastroCNPJ proporcionam mais segurança e ajudam a construir relações sólidas em um ambiente de negócios cada vez mais exigente e globalizado.

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